A noite me abana o pala com a franja cheia de estrelas Espanta o clarão da lua que, entre nuvens, se esguelha Me traz um vento noiteiro, aromado a campo e flor Alecrim me adoça o rumo pra os rumos pra donde eu for Trago a noite, de tiro, nas abas do meu sombreiro E um par de estrelas na rastra florão de prata pampeiro Cruzo o bolicho em Las Tiendas e paro pra um gol de vinho Pelo sereno da noite meu baio sabe o caminho Miro a lua, entre as nuvens, me alumbra a alma e o viver Nas 'quatro pata' do baio paro rumo do bem querer Romanceiro de alma pampa, coração desta fronteira Banco meu baio na rédea pra só apear na porteira Na frente do rancho dela, meu baio pasta ao luar Com sede de madrugada, me espera desencilhar Depois que a estrada se finda e risca o céu de espora Passamo a noite em silêncio, bombeando a lua lá fora E a noite cruza qual garça se encobre de alvorada E o fogo morre nas brasas, ouvindo um grilo e mais nada Ficou um pala estendido, junto a um florão e um sombreiro E o dia clareando o riso... E um coração romanceiro