Como te recordo querência, Pedra, tijolo e capim, Da sanguita da cruzada, E dos passos de guri, Ronda de tropa e sestiada, Do cheiro de alecrim, Dos olhos amorenados, Onde no mais me perdi. Do feitiço da porteira, Tranca, retranca, cambuim, Porque a porteira é chegada, Da invernada até ali, Depois nos leva pra casa, Caminito que é assim, Traz cheiro da velha cozinha E perfume de jasmim. Potreiro frente ao galpão, Descanso do dia a dia, Banhadito musiqueiro, E o canto da saparia, Entreveram caponetes, Abrigos pras invernias, Gestação das pitangueiras, Tarumãs e curunilhas. Campo do fundo que traz, Berro de touro matreiro O sentido da vacagem Que se apartou dos terneiros, Noite cheia de assombros, Do negro do pastoreio, Nos devolve a cavalhada Lá num canto do potreiro. Querência pra mim é assim, Condição de pasto e chão Oração de picumã, No oratório do galpão, Silêncio de paz morena Domingueando no rincão Verde de olhar que derrama, Que alimenta o coração.