Mugido de boi Em meio a poeira trovejo de casco em madeira de ponte Vaqueiro se foi Levando alforge, pexeira e revólver na longa viajem Capim pela beira da estrada, e beira do rio No meio da mata, miado de onça no cio Farinha, café, rapadura, cachaça, e fumo, ê! Coragem, loucura e fé pra enfrentar esse mundo Êta boi! Êta! Latido de cão Vem o perdigueiro fiel companheiro mestre caçador Passa boi marrão Estalo de cana rangido de dente já vai remoer Sanhaço azulão e andorinha cruzando o céu Espora afiada e cordão segurando o chapéu Jaleco Botina e perneira presa na cintura Jibão, luvas e parapeito feito armadura Traz o boi zebu Toca o guzerá e o nelore pra reunir toda boiada Trança de couro cru Zunir o chicote no lombo do bicho pra intimidar O laço, o ferrão e o berrante, também é preciso Lá no bambuzal cascavel balançando o guizo Vaqueiro aboiando a vida já fora de prumo, ê! Mas certo de que o sertão é o seu único rumo Êta boi! Êta!