Colibri já foi embora, flor não quer desabrochar João de Barro nem sai cá fora, vive só a lamentar O sertão está tão triste, sabiá nem quer cantar Pois não tem som de viola pra com ele duetar Seu Zé Padre me mostrou o toque do Rufino Se encantou com minha viola e tirou o sossego de Josino Êta véio danado, ponteia como ninguém E olha que ele nem tem viola, Seu Zé nem viola tem Onde é que já se viu violeiro sem viola? É que nem mulher sem brinco é que nem artilheiro sem bola Quando pegava na viola, não parava de tocar Ele animava a festa e fazia o povo dançar Certa noite viajou pra fazer uma função Arriou a sua égua e levava a viola na mão Êta véio danado, ponteia como ninguém E olha que ele nem tem viola, seu Zé nem viola tem Onde é que já se viu violeiro sem viola? É que nem mulher sem brinco é que nem artilheiro sem bola Bem no meio do caminho, sem ninguém imaginar O rabicho arrebentou e a égua danou a pular - Solte a viola Zé! - Gritava de lá seu irmão Ele jogou ela de lado, ela espatifou-se no chão Êta véio danado, ponteia como ninguém E olha que ele nem tem viola, seu Zé nem viola tem Caboclo igual a esse é bem raro por aqui Você só encontra mesmo é lá no sertão de Araçuaí Onde é que já se viu violeiro sem viola? É que nem mulher sem brinco é que nem artilheiro sem bola