Com esses olhos eu vi, estremeceu o meu coração Consumindo quase tudo, tanto calor, forte clarão Rastro fundo de miséria rasgando a pele e a paisagem Veio novamente a seca, tempo medonho de estiagem E a finura do rio que um dia foi tão diferente Leito Vivo de fartura, era o remanso daquela gente Foi virando areia pura, branca textura em suas margens Devastado e ferido, foi corroído pela garimpagem E chorava Maria e lamentava Sebastião Era o gado que morria, em agonia a plantação A seca se alastrava e era tão pouco o que comer Pobre povo sertanejo que ainda consegue sobreviver Segue assim seu destino, firme da força da sua crença Que ameniza a sua lida e alivia a sua sentença Entoando os seus cantos, clama aos santos, cumpre promessas A fé e a dignidade, ao sertanejo é o que resta