Há tempos eu vejo em meus sonhos um anjo Só recentemente que fui compreender Quem era a pessoa bondosa e amiga Que até parecia me assistir crescer Um homem feliz que me aplaudia Até que, em uma foto, um dia fui ver Era o pai de meu pai, que se foi muito cedo Que eu, nem ao menos, pude conhecer Noite após noite eu adormecia Torcendo pra ele reaparecer Ficava tentando lembrar de um momento Em que ele pudesse algo me dizer Então avistei uma caixa num canto Abrindo, cheguei até estremecer Um lindo acordeon com som e magia Que fez a mensagem do avô entender Percebi que a vida é um rio que encontra o mar É o meu destino, Gustavo Albino, nasci pra tocar O pranto de esperança do meu pai a rezar Regou a semente pro avô ausente em mim rebrotar A cada acorde sinto a presença Daquele que veio de longe buscar A felicidade e formar sua família E uma nova vida aqui procurar Partiu para céu, mas deixou o seu fruto E chegou a hora de realizar O sonho do filho, no neto gaiteiro Que anda pelo mundo a todos alegrar Deus é tão perfeito, justo e correto Me disse meu pai, uma vez a chorar Meu avo partiu, cumprindo sua sina Mas me enviou para lhe acompanhar Vou florear minha gaita e cantar bem alto Enquanto puder e o Senhor abençoar Meu Jesus me guia por onde eu for Pra sempre o meu sobrenome honrar Percebi que a vida é um rio que encontra o mar É o meu destino, Gustavo Albino, nasci pra tocar O pranto de esperança do meu pai a rezar Regou a semente pro avô ausente em mim rebrotar