Teu amor bateu na porta Do meu rancho ataperado Coração de pau a pique De santa fé bem quinchado Desencilhou pediu pouso Com vontade de ficar Por caseiro fez querencia Não quis mais sair de lá Teu amor regou as plantas Dos meus vasos da janela Pimenteiras açucenas E uma florzita amarela Botou mais lenha no fogo Puxou um pala guardado Por cima de tanta coisa Pra acalentar o passado Teu amor acendeu velas Clareando a noite escura E afugentou mariposas Cegas a luz da procura Deu claridades ao rancho De enciumar as estrelas Que só de longe bombiavam Com mais saudades de vê-la Teu amor provou o gosto Das geadas da laranjeiras E se adoçou destraído Olhando alem da porteira Pensando em dias felizes Não quis mais pegar a estrada Ficou no rancho pequeno Que o batizou por morada Teu amor achou os silêncios Que a muito não ouvia Adormeceu calmamente Nos meus braços de bom dia De manha varreu o rancho Botou os ciscos pra fora Fechou a porta por dentro E nunca mais foi embora