O relógio é um coração Que nunca segue pra sempre Por saber que foi o homem Que ordenou seu movimento Tento saber ao meu tempo As minhas tantas verdades Mas ele faz que não sabe Pois não tem sangue por dentro Seus ponteiros seguem o tempo Dando voltas e mais voltas No mesmo ciclo que a vida Nos leva sem questionar Num giro claro e distante De um dia e mais outro dia Que quase sempre nos guia De volta ao mesmo lugar Não tem palavras na boca Mas comanda de perto Ditando quais os limites Mostrando qual é o caminho Daí então se parece Muito mais com o coração Quando descobre a razão Pra governar-se sozinho Tem cada dia passado Nos dias que sempre vão E sabe dos que virão No seu destino de andar Nos diz a cada momento Que os dias se foram embora Que perdemos nossa honra Porque resolveu parar Ficamos sem entender Pois não se pode voltar Quando o próprio coração Por sua conta nos traz Os ponteiros do relógio Arrumamos em seguida Mas o que fazer da vida Se ela com o tempo se vai Não tem palavras na boca Mas comanda de perto Ditando quais os limites Mostrando qual é o caminho Daí então se parece Muito mais com o coração Quando descobre a razão Pra governar-se sozinho