O campo nunca nos mente Em seus sermões de paisagem Guarda dos touros e tigres A sua imensa coragem Sabiás e beija-flores Penas, poesias e cores E uma leveza na imagem Junto dos meus, cá estou Com as tradições que mantenho E posso ir adiante Por entender de onde venho Guardei insensos em roncos E mil luzeiros de fogo Para os escuros que tenho Cada vez sou mais eu mesmo Sem ter lado nem fronteira Mas entendo meus limites Que vão além da porteira Aprendi por fieldade Que qualquer meia verdade É sempre mentira inteira Assim eu me reconheço Assim eu me identifico Qual joao-de-barro que canta E leva a terra no bico Desta terra que me acampo Genuino homem de campo Que mesmo pobre é rico Mates me cevam aos poucos Cavalos vão me domando Solidão que é presente Vai sempre me acompanhando Venho de marcha estendida E tenho rastros que a vida Insiste em ir apagando O campo nunca nos mente Com seus escritos de terra Tudo que nele se acerta Na mesma volta se erra E, assim, de ponta a ponta Tem verdades que não conta E planos que nunca encerra