Cada vez que o Sol desponta Erguendo um rubro pañuelo Minh'alma vai lá pra fora Com uma estrela por sinuelo E se perde nas coxilhas E várzeas que sempre ando Só se encontra ao fim da tarde No galpão desencilhando Parece que a alma inteira Tem sombras de coronilhas Por entre campos extensos Floridos de maçanilha Por certo também tem noites Com luzir de uma estrela Aquerenciada aos olhos De quem tem olhos pra vê-la Vou transpassando meu tempo E as ânsias redomonas Num verso escrito a lápis Sobre a caixa da cordeona Me encontro num chamamé Quando a saudade me bate Ponteando a alma em floreios Nos intervalos do mate Só quem já teve nas botas Unhadas de japecangas E pitangueiras floridas Junto às barrancas da sanga Consegue ter pela alma Flores brancas e espinhos E olhos d'água de campo Pra seus extensos caminhos