Começo a pensar naquela ausência que me assombra As histórias que nos contam são, em parte, as histórias que ainda não vivemos Uma falta de discurso, um otimismo cego Reproduzindo friamente a tua voz suprema Será esse o caminho ou apenas um anestésico? Nesse vai e vem cirúrgico, nesse vai e vem de pernas Com cabelos engomados e golas apertadas Prismas brilhantes amamentam os voyeurs anônimos Plantas que surgem do concreto pra queimar lentamente num mormaço sufocante Os gases que tossimos ao subir o centro histérico É sódio, luz e caos Tá tudo tão normal O preço que eu pago é caro por ser desinformado Diariamente numa bolha estratosférica Histeria coletiva ou só a ignorância dos que mandam? A gente sabe por quê isso acontece mas não quer acreditar Que tudo se repete numa natureza cíclica Na casualidade dos encontros e a euforia efêmera De talvez ter encontrado um novo amor Hoje realmente o mundo virou Mas eu ainda me sinto parte Sem fazer alarde Emagrecendo junto Ignorando tudo Eu vivo na cidade E finjo não me preocupar E deixo pra você cantar Deslizo na slide guitar E deixo pra você cantar Eu finjo não me preocupar E deixo pra você cantar