A espera desfeita Semeia a colheita De tudo que dá prejuízo Eu vivo do erro Habito o desterro O ermo é o meu paraíso Mas sou brasileiro E o que é derradeiro Tem gosto de um dia banal como a terça-feira Bornal também guarda a estrela e o sol Meu Cristo é boêmio Se faz de abstêmio Mas toma limão de manhã A virgem oferece Seu beijo em quermesse E é filha de Iansã São Pedro ouve rádio E sonha com a quina Cobrando propina das chuvas O demo mergulha num mar de fagulhas E diz que mulher, só as ruivas Relâmpagos longos O cosmo rachado É um prato quebrado Por Deus Pai, Nossa Senhora Saiu pela porta afora no além O Deus do deserto Se acha um maestro E quer tudo muito cetim Vem um querubim Tocando flautim Por nós desafina no fim