Ela sonha ter mais do que podia ter Embriagada nas ondas do prazer A boca é vinho tinto As mãos são de absinto E a cintura dela é a estrela por nascer Escultura moldada pelas mãos de Deus Sepultura dos que disseram adeus O rosto é uma pintura E os homens são molduras vazias Que ela pode preencher Por amor, a gente se transforma em São João Batista Ao negar Salomé De paixão, a gente faz proezas de malabarista Fazendo até o que não quer Odalisca Artista da imaginação Tão promíscua no harém do coração... A cada um que pede Promete conceder Mas recusa Que a musa engana sem querer