A poesia da burguesia Que superou o ovo com farinha Que dorme até meio dia Que não lava louça suja da pia Que tá sempre fora da casinha Que detesta uma estria Que fez uma lobotomia e comprou uma Mercedes... Benz A poesia da burguesia Que se alimenta todo dia Que compra roupas de primeira linha Que sente uma baita agonia, mas Tem puto para psiquiatria Vire e mexe vai à danceteria Ignorando o mundo além da vista da sacada A poesia da burguesia Que comete crimes todo dia Mas que comprou a delegacia E um álibi vitalício para sair da linha Atropelando sempre com primazia E depois tomando um remédio pra azia E indo dormir com a consciência limpa