Eu não sou um maquinário Desse sistema que você criou Nem quero ser um funcionário De carteira azul, sem décimo terceiro E prefiro ser criança, já que pra entrar Na dança tenho que me sujar Prefiro ser um bebê no cueiro Do que doutor, sem felicidade Eu não sou um maquinário Tenho que dormir e me alimentar Mas se penso em faltar ao trabalho O meu chefe vem me regular Será que eu sou um maquinário? Tudo que eu faço tem que automatizar São tantos consentimentos, interesse singular Mas eu sei que eu não sou um maquinário Tudo que eu faço eu faço com amor Sigo meus instintos naturais Mesmo se estiver acorrentado Sei que eu não sou um maquinário Desse sistema que você confabulou Vou seguindo com fé e com coragem Por que o sonho apenas começou Será que eu sou um maquinário? Tudo que eu faço tem que ter computador E fica tudo armazenado Num banco de dados de um servidor Mas eu sei que eu não sou um maquinário Fui traído tantas vezes e ainda sinto amor Por que não tenta enxergar E imaginar um outro antídoto? Eu sou meio índio tu dançou! Eu sou índio, da mata bruta De arco e flecha, tamo aí na luta Na selva braba não tem desculpa A carne é nua, e sem pudor Eu não sou um maquinário Sou meio índio, eu sou um Caboclo Mas se procurar na multidão A essa altura se encontra até robô Eu não sou um maquinário Sou meio índio, eu sou um Caboclo