Julho de 88 Nós luta muito pra sobreviver Na hipocrisia dessa sociedade Que herdou modus operandis, estrangeiros E finge que esqueceu a verdade Mas na real? Todos sabem A mãe do Brasil é indígena Pra quem chegar, e for escutar Algo caboclo Talvez ache pouco O que eu fiz Ou até quem sabe? Uma completa merda o que se diz Mas o que se diz? “Cho o cara que canta um mala Desafinado E que só fala com desagrado A quem ame o sistema colapsado Um desconhecido que nos desmente Bem na nossa frente Indiferente Se é macumbeiro, pajé Romano, ateu, ou crente E etecetera Te contar uma história É que não confio, e nem dou ouvido à lorota De quem se senta no alto do conforto Do seu apartamento Alheio ao sofrimento Do povo, sem orçamento Sem vacina e sem oxigênio Absorto em adornos e acabamentos Lajotas enceradas, cortinas empoeiradas Mesas com tampos de cristal Onde otário senta, pra dizer que é o tal A métrica da vaidade Em falsidade extravagante Jura ser imortal Que brilho bonito ein? Ficar convencido, que a batalha do outro Sempre dói pouco e mais fácil é falar Mas se for do caboclo, o bico entorta na fofoca E sempre vai entortar Pra quem é de doce, é aqui que se mostra Como foi que nóis fez, a pedra virar paçoca Como foi que nóis fez a pedra virar paçoca? Bota fé? Pedra, virou paçoca!