Guilherme Arantes

Brincos na Orelha

Guilherme Arantes


Apesar da aparência sadia
estou vendo que nada mudou
em função do que se pretendia
e que o delírio mais jovem buscou
Os valores que a gente venera
como símbolos desta geração
Se esconderam entre belas asneiras
e já são peças de decoração
O receio que eu tenho é que o tempo
Passe rápido, passe todo
E a gente envelheça curtindo
Assistindo feito bobo
Brincos na orelha, cabelo transado
Espírito velho em corpo enfeitado
E o mundo girando
E o mundo girando
E a gente sonhando
E a gente sobrando
Somos tão fatalmente cativos
de dinheiro, padrões e medidas
que esquecemos de ser criativos
quando estão em jogo nossas vidas
Os conflitos antigos são parte
da família, da escola, e do emprego
ainda a espera de alguém que os desate
alguém como você, meu amigo