Fecha o olho, enxerga dentro do teu peito Na audição do teu tormento O balé do respirar Te abraça, te sujeita ao teu desejo Saboreia esse teu beijo Prende e solta todo o ar Reconhece-te a ti mesmo No silêncio do teu tempo Sente o que está propenso E aceita o que não está Teu corpo fala outra língua Dialeto que ainda No campo das coisas findas Não pôdes pronunciar Teu tempo é feito d'outra língua De palavras advindas Do mundo das coisas lindas Não o obrigue a se calar