Trouxe as conchas que eu pedi Pr'eu adornar os cabelos Nos seus pelos eu senti o medo Das palavras que tenho pra lhe dar Trouxe outras que entendi que são roteiros Dos rodeios dos fantasmas que eu invento Que eu não sei como evitar Trouxe areia dos caminhos que me ondeiam Pelos ventos dos silêncios que eu odeio E não disse nem pra que, nem porque veio Me deixando a obrigação de escolher Se eu escolho perco o nada que eu já tenho Trouxe os beijos que eu pedi Pr'eu sossegar desesperos Nos seus zelos eu senti o medo Das perguntas que eu teimo em fazer Trouxe forcas que entendi que são letreiros Textos inteiros do meu desalento De quem não sei desviar Trouxe areia dos caminhos que me ondeiam Pelos ventos dos silêncios que eu odeio E não disse nem pra que, nem porque veio Me deixando a obrigação de escolher Se eu escolho, perco o nada que eu já tenho Me embaraço nessas linhas de horizonte Se não escolho, sai-me impune e me desdenho Me instalo nesse certo sei-lá-onde