Guga Pine

Costume (part. Pedro Altério)

Guga Pine


Costume de esquecer que um amor dói
Costume que faz você ver que esta preso ao
Costume de não se desprender do
Costume de sempre se iludir com
Costume de sempre achar que o
Costume do outro vai ter completar
Costume de nunca se preparar
Acostume-se a se acostumar

É nessa vida louca tão acostumada
Que se vivem as pessoas sempre tão ocupadas
Se afogando na vertigem toda alienada
Tem que fazer! Tem que fazer!
Se acostumando a viver sempre na estrada
Garantindo que sua vida está acostumada
A achar que nunca tem que mudar nada
Por quê?

Costume de ficar no chuveiro sem fazer nada
De olhar no relógio e dizer: "Tô atrasada"
Costume de deixar pra depois sua empreitada
O costume de procrastinar!

Costume de dizer eu te amo pra namorada
De olhar nos olhos e fingir uma risada
O costume de sempre concordar
Sem saber nada

Costume de não enxergar a parte engraçada
De endurecer e acinzentar a madrugada
O costume de fazer tempestade em copo d'água
O costume de calcificar!

O costume de ser infeliz gastando nada
O costume de em toda vitrine ficar parada
O costume de só sorrir se a transação é aprovada
É ostentar!

E depois de um tempo a agende sempre nota
Que os costumes acostumaram-se a se acostumar
E lá dentro floresce uma grande revolta
Que no fundo só serviu pra gente poder vislumbrar