Guardavento

Quinta Chuvosa

Guardavento


Vivo entre um trecho de saudade
Do que foi e não chegou a ser
E a esperança de um amanhã
Que desdenha em não ceder

Discurso com farpas
Rastros de mágoa

O cinza das coisas ressalta
Ao cair mais uma vez
Estou sozinha nesta sensatez
Armadura de espinhos

Vestígios de vinho
Afundam o herói

O nada acena
Lágrimas rasas
Preenchem as lacunas
Enferrujam a estátua

Cego num passo
Em falso, vadio
Me encolho num sono
Desfaço do dia