Apressados correm na multidão Entre as crianças que dormem Voadores mantos em preto e branco Estranhos e estranhas Sepultam uma pluma Na eternidade da lama Nunca param em abril Seus disfarces ninguém viu Noite imensa As vestes de um rei Poesia na corda do tempo se refez Cinza tão fina Vozes pelo ar Cantem agora O que a alma pode dar Indiferentes olhares São letreiros luminosos Em uma cidade suja Que se cruzam num vagão Janelas acesas, desenho abstrato Boemia na esquina em sinfonia Nunca param em abril Seus disfarces ninguém viu Mirada envelhecida Lá de cima da sacada Um solitário pranto De tantas madrugadas Amantes insensatos A tinta da caneta O rascunho amassado O silêncio da incerteza