Lá eu vou viver Lá onde o azul não desbotou Vou então me refazer Quero saber porque a paz não despertou Ah, essa louca inocência Do amor Velho retrato em carência De uma cor De outra cor Lá vou despertar Junto ao devoto e ao pecador Serei força a forçar Uma estrela que ainda não raiou Eu nau de nuvem no céu de interior Um arco-íris um véu de toda a cor Vou rever Meu coração já não quer A parte externa dos véus A minha flor mal me quer Entre os canteiros da estação Parte o trem ao entrar na serra Lá vou eu pelos campos a me entregar Hoje corro da sombra que a pá não enterrará Pois eu morro de medo de não chegar Hoje sou o apito do trem que aterra Hoje sou esse grito a explodir no ar Hoje curo essa velha ferida que me enterra Hoje quebro essa faca a me sangrar