Arrinconado no arreio, vivo do jeito que sou Campeador de gado alçado, capataz e domador Barbicacho bem cinchado, laco mango bota e espora Pra dobrar touro caipora e bagual pinoteador Nessa lida rude e guapa de eira boi forma cavalo Acordo junto com os galos e agradeço ao criador Por me dar tudo o que tenho, por viver junto dos bichos Por guiar o meu oficio, sem ser preciso fiador. Essa e a vida que tenho levado aqui no rincao A labutar dia e noite lidando com a criação Sou mais um filho do vento sem ornamento e floreio Forjado pelas estancias, vivo encurtando distancias Arrinconado no arreio. Quando monto a égua moura, crioula e boa de encilha E sinal que na coxilha vou seguir rumo pro povo Mais ou menos meia tarde "emboco" no vilarejo De longe me joga um beijo, por certo um cambicho novo Dou um toso na melena, proseio com a rapaziada No palanque a bem domada me espera mascando o freio Entro no xixo e tapeio o meu chapelão na testa Mondongueio sem ter pressa e volto em riba do arreio.