Há um grito de quero-quero varando o entardecer É a hora em que o dia começa a se debruçar Por sobre o campo e o trigo na paz de quem vai deitar É a hora em que me pego falando coisas comigo mesmo Mateando os meus pensamentos que galopeiam sem rumo a esmo Há um grito de quero-quero varando o entardecer É hora em que o sol se esconde e alça pampa no horizonte E o vento canta baixinho, cantigas de não senhor É a hora em que teus olhos de lua e luz Verde de pampa e mate fazem morada em meu coração O grito do quero-quero aconchega o coração O grito do quero-quero aconchega a solidão Há um grito de quero-quero varando o entardecer