Há quanto tempo eu não danço uma vaneira Há quanto tempo eu não entro num salão Se ouço o ronco de uma gaita botoneira Sinto os “corcóvos” do meu próprio coração Sou índio macho, dos que vivem arinconados Por entre as grotas, galponeando num fundão Cogóte grosso, crina grande e meio alçado Num só retoço, mesmo que porto gavião Por isso, amigos, quando a vida me embriaga E Deus me afaga, dou de mão na de-botão Largo na hora uma vaneira atrevida De cola erguida, relinchando no salão