Compadre véio', vim do povo e ando arrepiado Eu já andava desconfiado dos fandangos de hoje em dia Pra aquelas bandas, não se vê falar em gaiteiro Eu desconfio, parceiro, que bandearam a la cria Meio assustado, eu desci na rodoviária Mas cheguei meio bagual, me vender disco em papel Ainda queria me vender (...) Eu me lembrei dos aplique' dos meus tempos de quartel Levei um disco só pra incentivar o artista O disco, eu paguei à vista e, o convite, eu ganhei pra festa Agradeci, ficou tudo combinado À noite, fui bem pilchado, com meu tapeado na testa Cheguei no baile, fui procurar meu parceiro Pois me cegava o luzeiro, não tinha com quem prosear Não vi bolicho pra um fiambre matar a fome Homem se esfregando em homem e o chinaredo a louquear Que cosa' braba, vieram me vender farinha E eu perguntei se ali tinha cachaça ou graspa da buena Num tuch' tuch' de arrancar grampo em mangueira E eu à espera da vaneira pra retouçar com as morena' Me deu-lhe um berro um vivente desesperado -Tá chegando o delegado, vamo' vazar que sujou! E o chinedo, gritando de toda goela Se jogando da janela e a borracha me pegou Compadre véio', que fandango desgraçado Louquito, eu tava enjaulado num quarto gradeado atrás Que tempo feio, não querem prosa com a gente Garrei um freio nos dente' e não voltei nunca mais Não recomendo nem pro inimigo meu Sinistro que assucedeu' comigo lá na cidade E me avisaram: Se eu meter as fuça' no pó Vão me dar laço de nó e apodreço atrás das grade' E apodreço atrás das grade'