Velho fogão de tropeiro na volta de um corredor Serviu pra pouso e sesteada pro taura mais pajador Lembranças entropilhadas que aos poucos vai me judiando Ao ver um rastro de tropa e um cerne grosso queimando Se foi o grito do peão que repontava a culatra Até a cambona de lata ficou num canto jogada Chaleira da gauchada no chimarrão galponeiro Amiga dos entreveiros das madrugadas de geada Se foram tempos passados, rondas em noites de lua Das madrugadas charruas e o grito do peão ponteiro Se um dia eu voltar de novo, eu quero ser o primeiro A chimarrear novamente junto ao fogão de tropeiro Calou-se o berro do gado e o repicar do cincerro Nem mesmo por trás do cerro corre a manada gaviona Adeus à tropa chorona e à polvadeira da estrada Hoje só vejo a saudade no peito fazer morada Toda vez que passo perto desse fogão caborteiro Me sinto num desespero e o meu coração soluça Minh'alma sente saudade e, ao chorar, se debruça Vejo o Rio Grande em potrilho que em minha frente escramuça