Não adianta plantar-me flores Se eu tenho cerros no coração Sou terra amarga, sou pedra moura Pelas escarpas desse meu chão Eu vim debaixo como erva braba Que espinhos tem que vestir Mas cada galho que tem meu ninho Traz um espinho pra me ferir Por isso quando teus olhos claros São andorinhas no céu Meus olhos tristes de ave noturna Fogem pras furnas do meu chapéu Quem teve o porte feito a machado Quem foi moldado na pedra gris Quando descobre que a vida invade É muito tarde pra ser feliz Por isso quando teus olhos claros São andorinhas no céu Meus olhos tristes de ave noturna Fogem pras furnas do meu chapéu Sempre a desfolhar teu nome de mulher Teu querer, mal-me-quer, mal-me-quer Mal-me-quer, mal-me-quer