Talvez um dia eu me agarre nas crinas de um vento teatino E saia a campear o destino que se foi há muito tempo Deixando marcas de tentos de quem monta a meia espalda Domando sonhos e baldas de algum xucro sentimento E nesse dia morena, nesse dia, vou te roubar Então eu quero te amar com toda essa ânsia louca Matar a saudade potra me apeando de um lunarejo E afogando o meu desejo nos lábios da tua boca E a vontade não é pouca morena, de ter o mel dos teus beijos. Foi numa tarde domingueira que me acheguei nas carreiras no meu rosilho gateado Trazia o peito surrado de um outro amor mais bandido Levando a vida num silvido e o brasino no costado Nem bem apeei do cavalo que me trazia por regalo Aos bolichos pacholear e foi tenteando esta volta que algum ventito aragano Aquebrantou esse paisano e fez cruzar esse olhar Era a menina mais linda recordo-me ainda vestia chita, donzela Qual o céu fosse à janela aqueles olhos morenos E um rosto meigo e pequeno de invejar aquarela Sem calçar meu pé no chão, pra o macho sobra garrão Me vi de novo ao lombilho Pois o cavalo que eu encilho sustenta a estampa platina Num upa roubei a china pra garupa do rosilho E foram-se as primaveras mates jujados pra ela Rancho enfeitado de flor Pra cantar meu desabor é que me adentro as madrugadas E me encharco nas guitarreadas ao me lembrar desse amor Era a menina mais linda recordo-me ainda vestia chita, donzela Qual o céu fosse à janela aqueles olhos morenos E um rosto meigo e pequeno de invejar aquarela No nosso catre, morena deixo uma flor de açucena ocupando o teu lugar Pois se resolves voltar há de encontrar teu próprio cheiro E um taura mirando estreleiro louco pra te amar