Pra minha prenda Eu mandei esse recado Que no próximo feriado Não ia lhe visitar Ia correr Com o zaino do Seu Rodrigo E como ele é meu amigo Eu não podia faltar Chegando o dia, Me bandeei para as carreira Numa égua parideira Que muito já me ajudou Ganhei uns trocos E bebi com meus amigos Pois o zaino do Rodrigo A tal carreira ganhou Dali uns dias Quando estava em casa Alguém veio botar brasa Num assado que era meu E me contou Que a minha rica prendinha Foi dançar numa festinha E pra outro se vendeu Fiquei cabrito Mas logo fui me acalmando Porque quem vive jogando Sabe ganhar e perder Que vá pro inferno Essa chinoca mesquinha Que por uma visitinha Já deixou de me querer Sou carinhoso E gosto de dar agrado Mas andar enrabichado Me faz sentir esquisito E tem mulher Que sabe, mas não consente Que às vezes o vivente Precisa sair solito Eu sou daqueles Que não liga pro azar Se perder ou se ganhar Da parada não dispara Com tanta china Na chuleada e na tocaia Não falta um rabo-de-saia Pra quem tem barba na cara Sou índio guapo Na cancha reta do amor Somente sou perdedor Quando a china não me agrada Em artimanha Ninguém me dobra o topete Chego a marcar dezessete Correndo em terra lavrada Não vai ser fácil Me matarem no cansaço Pois não é qualquer abraço Que vai me aprisionar Ditado antigo Que todo mundo aconselha "Cachorro que come ovelha, Só matando pra parar"