Sou menina pequena de sopro inocente Sou colheita, semente cravada nesse chão Sou o galope dos ventos da verde colina Sou mulher mineira laço a laço com a canção Sou Maria de encantos, solitária e bela Desejos ocultos de moça donzela Sonho com o amor, que o desejo revela Enfrento armadilhas e suas mazelas Sou mulher guerreira que tece vidas À noite, amante; de dia, sou valentia Sou luz companheira nas noites vazias Sou a esperança que o poeta eterniza! Sou do ventre da terra, da seiva materna Sou céu, sou terra, sou paz, sou guerra Sou a que sofre e ri, humana e sagrada Sossego da alma que sonha acordada Sou esposa, sou mãe, sou hoje e o amanhã Sou mulher de luta, remanso e correnteza Sou espinho, sou flor de futuro incerto Sou o cenário de Minas descoberto