A tarde despenca lenta Já negaciando o poente E o Sol que já foi quente Se debruça atrás dos montes Pra quem vem de viagem longa Caminha tragando a estrada Uma légua não é nada pra quem semeia horizonte Ao trote no meu cavalo Me aproximei do meu rancho Onde em tempos de carancho parei rodeios de sonhos O tempo cerrou de esporas Mais ergui essa vivenda E ao lado da minha prenda Eu nunca vivi tristonho Minha linda camponesa Acalma o cusco que late Me alcança este mate Que tem gosto do carinho Vem contemplar os matizes Do horizonte que se alonga Escutando uma milonga no cantar dos passarinhos Os galhos dos arvoredos Semeiam raios solares Misturando-se aos olhares Que tem nos seus olhos lindos Eu fico te contemplando Em forma de muda prece Pois teus lábios me parecem as flores que estão se abrindo Camponesa minha prenda Linda flor da natureza Nunca se colhe a tristeza quando se planta alegria Para duas almas gêmeas Não à tropeço na estrada Repartindo-se as jornadas E a sorte de cada dia Minha linda