GURI CAMPEIRO Letra: João Alberto Ferreira dos Santos Musica: Marquinho Vanzin Quando a barra do dia Abre vermelha a cancela, O guri enche a gamela E mete água nas fuças, De vereda escramuça E corre para a mangueira, Onde a bragada leiteira A terneirada empapuça. O apojo na caneca Para tomar se babando, A força vai agregando E cresce em pleno viço, Fazendo qualquer serviço De piazito campeiro: "Passa" a foice no potreiro E puxa água no petiço. No casco a marcha batida Do meu zaino carrapicho, Vou desviando "os feitiço" Que a própria vida me ensina, Sempre de toso pra cima, Em qualquer lugar que ande, Pois o Deus do meu Rio Grande Vai agarrado nas crinas. Cutuca o zaino na virilha Atravessa ligeiro o passo, Tarde quente de mormaço Deixa o animal manheiro, Um afago companheiro Faz o flete galopear, Depressa quero chegar No catecismo campeiro. Quando a saia da noite Se aguça na lonjura, Aquela humilde figura Enfrenta a lida sozinho, Buscando o doce carinho, Tapeando a vida sotreta, Para "ganhar de paleta" Na lonjura dos caminhos.