Corre rápido, lento Eu sinto o acalanto No passo, compasso, pranto Do vento, livre do canto Caminha ou não definha Sua sorte de rapina Se é que existe sorte Que faça com braço forte Homem do planalto Volney Firmino Lá vêm o homem no carro de boi Cruzando a estrada no planalto Rasgando o mato cortando a madeira Sobe a poeira desce o pinheiro Canga suada chicote no lombo Roda chiando, roda chimarrão Mão calejada de tanto trabalho De sofrimento pra ganhar o pão Acorda de madrugadinha Pega o caminho pensando na vida E à tarde volta cansado e sozinho Na vidas dura se foi mais um dia. E assim vive o triste boiadeiro Num dia a dia tão difícil Sempre sofrendo, mas nunca chorando. Cumprindo a vida que Deus lhe deu.