Eu nasci pra ser ginete e viver entre os cavalos A primeira 'gineteada" foi na perna do meu pai Que com carinho e ternura me ensinou como domá-los E me levantar de novo dos tombos que a gente cai Antes de sentar no lombo de um 'ventena' de verdade Andei arrancando as 'baldas' de um 'petiço' de taquara Sei que aos olhos do velho eu não avancei na idade E sou aquele "piazito' mesmo com barba na "cara' Por isso que com orgulho em reverência ao meu pai Depois de uma "gineteada' pra ele eu tiro o chapéu Por maior que seja a fama com o tempo ela se vai E o pai com filho no colo carrega o maior troféu Se hoje tenho bons parceiros "amadrinhando" a existência Foi com ele que aprendi a 'reculutar" amigos Esta linguagem de campo que eu herdei da convivência Veio da sabedoria que ele trouxe dos antigos Me disse que o mais custoso é 'enfrenar' a falsidade Pois não existe cabresto pra dominar a inveja O que se fala e escreve não quer dizer que é verdade E nem sempre a chuva brava vem das bandas que troveja O meu pai foi o ginete que amansou o meu destino Pra minha mãe e pra ele eu devo tudo que sou Me mostrou como ser homem sem deixar de ser menino E hoje meu filho "troteia' lá na perna do avô O meu pai foi o ginete que amansou o meu destino Pra minha mãe e pra ele eu devo tudo que sou Me mostrou como ser homem sem deixar de ser menino E hoje meu filho "troteia' lá na perna do avô Por isso que com orgulho em reverência ao meu pai Depois de uma "gineteada' pra ele eu tiro o chapéu Por maior que seja a fama com o tempo ela se vai E o pai com filho no colo carrega o maior troféu