Compadre apeie que o sol tá de rachar Se achegue vamos prozear Enquanto metemo uma canha Amarre o pingo no galho do angazeiro E me conte companheiro Da vida lá da campanha Compadre velho Nada mais é como antes Nossos campos verdejantes O progresso acabou Já não se vê gado gordo nas pastagens Hoje só se vê cidade Onde o arado passou Até o alegre, sempre atento quero-quero De tristeza ou desespero Foi morar noutro rincão E o tropeiro já não anda pela estrada Pois toca sua boiada Em cima de uma caminhão Ai, ai que saudade Ai, que saudade do tempo que já se foi Rio grande velho, das rondas e campereadas Da peonada e dos gritos de "êra, boi"