Mês de agosto garoando Minuano véio soprando Corta até a alma do peão Poncho carnal encarnado Cobre a anca do tostado Meu pingo de estimação Um sombrerito valente Cruza inverno e Sol quente Desaba mas não se entrega E o velho cusco ovelheiro Que apelidei de parceiro Se escondendo nas macega Oiga-lê vida buenacha Que Deus me deu de regalo No lombo do meu cavalo Só o vento é meu companheiro Não dou bola pra dinheiro vivo Com qualquer troquinho Desde que não falte trago Cordeona, China e carinho Vai-se a tarde a despacito E um raio de Sol bonito antes de ir Embora aparece Levanto os olhos pro céu Pra Deus eu tiro o chapéu E a minha alma agradece Vou pro lado do galpão Onde tem fogo de chão, chimarrão e rapadura E antes de me apear do basto Dou o último talagaço Num cantil de canha pura