Eu sou campeiro, alma bruta do Rio Grande E tenho sangue desta indiada caborteira Que se agiganta sobre o lombo dos cavalos Xucros e malos que dão vida pra fronteira Nasci ventena e fui forjado em puro aço E vem do braço o sustento do dia a dia Levando a pátria sobre o trono dos arreios "Afroxa" o freio para encurtar as sesmarias. Pois sou gaúcho desta pátria e me garanto Pois o meu canto vem timbrado neste sangue Alma campeira forjada a fogo de chão Sou do galpão, do coração do meu Rio Grande Êra cavalo, pra quem lida co'a potrada Crina aparada pros aprontes de domingo Xerga estendida sobre o lombo rasqueteado Cascos groseados, linda estampa do meu pingo Eu sou gaúcho e tenho orgulho desta terra Sobras de guerra e peleia de outros tempos Na liberdade onde a sombra vem de escolta Melena solta vem esvoaçando no vento. Eguada xucra vem abaixo nas coxilhas Quando a tropilha se estende campo a fora Ruflando pala no contracanto dos ventos Sovando tento e o retintado das esporas Pátria gaúcha, chão bendito dos campeiros Pago fronteiro mapeado a ponto de cascos Chão abençoado na santa paz que me abrigo "Adonde" eu sigo sovando crinas e bastos.