Foi a neta da viúva Afamada no Pontão Que eu encontrei na ocasião Da festa do Morro Feio Morena de toda trança Do jeito que eu mais queria Cem quadras de sesmaria E gado gordo pro rodeio Olhos negros cor da noite E vestido encarnado Se botando pro meu lado Como dona da festança Cortado de alça de gaita Só olhava pra esta dona Ia puxando a cordiona Só pensando na herança Lá de longe me atirava Um olhar de revesgueio E eu fazia mais floreio Na cordeona que chorava E a véia me cuidava Com a face meio inquieta Mas o olhar de sua neta Já de pronto convidava Chamei ela pro meu lado E fiz um verso de improviso Nestas horas falta juízo E sobra rima em pensamento A Lua de testemunha Alumiando pelas frestas Antes de findar a festa Pedi ela em casamento Hoje mando na fazenda da viúva afamada Nos rodeios das alçadas cem quadras no parador Uma tropilha de mouro, alazão, preto e tordilho E pra voltear os novilhos o petiço marchador