Balaios ao alto em sintonia São parabólicas divinais Misturam o acalanto da Bahia E a calmaria dos monges orientais Principiou, menino que é filho da beira É buda nagô que medita e parece sonhar No vai e vem, balança a jangada pesqueira Praieira canção se embala nas ondas do mar! Lá na armação, miragem que o olhar mareia Pelo sertão, a viagem que cantaria O retirante não se aperreia Peleia o sol, inventa um novo dia! Do amor, a carta coringa O jogo, a mandinga e um gole à saudade Paisagem gravada no tom De um rio profano em sua santidade O samba que hoje entoa no infinito É o mantra mais bonito, sua eterna melodia A mãe primeira é das estrelas a mais bela A eterna menininha do seu Gantois N'outro terreiro, mãe Ondina o revela De Xangô é o grande Obá (kaô) Kaô, meu pai, kaô Caymmi foi o defensor do seu legado Hoje quem batalha a seu favor É Gil a empunhar o seu machado Sou viramundo nas voltas que a vida dá Sou Gilberto e Dorival, sou Rio Belo, camará