O que será, que será Desse malandro na praça Viu meninos a chorar Na terra que nada congraça Caía a noite, mainha estava distraída E com o açoite acorda o amor De uma paixão reprimida Um cálice até a boca de opressão O ápice de toda solidão Lágrimas roladas Por onde a alegria um dia passou Pátria abandonada Num rabo de foguete se mandou O samba, o canto de um sabiá Os bambas, que o mundo insiste em torturar Me afoguem, me batam, me prendam A nova flor nascerá Todos seguindo a canção, de mãos dadas ou não Não vão abafar E um novo dia, vejo raiar impunemente Bem na sua frente Ouço a folia, a nova epidemia Sonho de carnaval Chega de sambar no escuro, falar baixinho Apesar de você, hoje eu me curo O malandro voltou para o seu ninho Vai passar Marcha de um sorriso crescente Passa na avenida essa gente Que tanto lutou e muito sangrou E a esperança equilibrista libertou