Nos meus devaneios quero viajar Das cinzas me desfaço na alegria Alvorada anuncia Quem podia imaginar? Mas sinto o arrepio do passado Um luar avermelhado Não me deixa despertar Vejo o caos chegar em carruagem Um presságio, uma mensagem: Juízo final A cura dos delírios que avançam Pra encerrar o nosso pranto Renasce o carnaval Vencer... A tristeza, esqueça a dor Viver, que hoje é dia de graça, amor O Consulado incendeia Escola que corre na veia E o brilho da porta bandeira é redentor Vem relembrar mascarados Brincar sem pecado nesse festival Ver a folia das ruas Perfumes de um tempo em que a lei é do igual A cor do meu som contagia Sou rei, euforia esculpida na pedra do sal Meu samba traz na pele a utopia E o pandeiro anuncia que é preciso sonhar Contemplo as estrelas lá do céu Que emprestam o pincel pra esse povo brilhar! Hoje a felicidade invadiu o caeira Vamos sambar a noite inteira Da comunidade emana a emoção O branco da paz e vermelho paixão