Pajé voltou para contar que o céu desabou Fumaça traziam sagradas visões Na dança ancestral me revelou Das ervas evocou os guardiões Xapiri nos perdoe pelo que fizemos de urihi Xapiri ensinou a cuidar e vamos destruir A razão ancestral evocou sua voz Só não deixe o mundo cair sobre nós Omama escondeu na floresta Pedaços do céu contra os olhos da ambição A ganância sente fome E o mal que nos consome mata o homem e o quinhão Xamã cura a terra da guerra da gente Dos mitos que deixam a tribo doente Enfim descerá de uma estrela um índio guerreiro De pele vermelha caboclo flecheiro Okê okê arô, Odé odé A jurema que desmata tem a cura e o axé Okê okê arô, Odé odé Apesar de você, eu ainda mantenho a fé Eu não largo da batalha, sossego Nossa aldeia nunca falha, Auê auê Sacudindo a poeira das cinzas vou renascer