Floresceu seu ideal lá na Bahia Onde o poder da fidalguia Sufocava o meu Brasil pela raiz Surgiu no seio da sociedade Lutando pela igualdade Contra o preconceito social Um jovem inteligente De versos maldizentes Com exemplos marcantes Que o povo aderiu Fluiu no peito do poeta a esperança Gregório é Miserê, é abastança Penitência do mal, luta de um bem querer Seus versos tinham tal sabedoria Era a mão da chibata a tirania Em noite de festa na fazenda o terreirão Gregório ponteia a viola, verso vira canção Essa terra tem moral Veja lá seu fazendeiro Sua mesa tem fartura O plantador tá sem dinheiro Na luta da sonhada liberdade Um preço bem alto "boca do inferno" pagou Mas nos becos e vielas, nas cidades e favelas Ecoou pelos ares, despertou os palmares Oh! Chama que não se apaga De boca em boca propaga liberdade