No balanço quem tá dentro não sai E quem não tá quer entrar Bate zabumba, ê, bate zabumba A Lua do sertão anunciou Eu sou Xaxado, Mancha Verde, sim, senhor! Vim ganhar o Sol do chão rachado A vingança é meu recado Em terra onde prosa é facão Do verso quente que acha o seco do compasso Meu caminho eu mesmo traço Sou fogo aceso à luz de lampião Poeira vai subir, poeira Prova a coragem quem não cansa de lutar Pés em fileira, corpo firme, passo forte Sinal de sorte: O meu bando há de voltar Não desafie Maria O que ela tem de bonita Tem de bravura pra quebrar a tradição Chapéu de couro, põe o lenço no pescoço É um alvoroço a muié do capitão É mais que razão Quando a arte muda o destino Peregrino sigo errante a minha história Tocando zabumba e o coração Se o santo é forte, ninguém vai me derrubar Meu Padim Ciço, o meu peito é seu altar Verso arretado, soneto de barro Abro o meu cordel para o Brasil cantar Mancha, o nosso samba eu carrego aonde for Mancha, cá no meu fole já não cabe tanto amor Fulô que nasceu desse chão É voz que o nordeste apaixona Rei do baião, toca a sanfona!