Sou a guardiã de nossa história Sou eu, a Tia, dona da memória A Negra Realeza da Serrinha Mãe Preta, do jongo, Rainha! De pé descalço, piso forte no terreiro Abro a roda pra mironga de jongueiro Evoco em versos Marias guerreiras A heroica resistência nas trincheiras! Canto a bravura e a valentia De mulheres que lutaram dia a dia! Vim mostrar o meu valor! Vovó ensinou, vovó contou Tenho sangue de Dandara A nobreza de Benguela! Sou alteza da favela! A luta não pode parar Insistem; não vou me curvar! Eu quero, a bem da verdade, a tal igualdade Sonho meu que o mundo tenha mais respeito! Sonho meu fazer valer nossos direitos Livres da mão do algoz Ninguém vai calar nossa voz! Quem diz que mulher não é valente? Imperiana, presente! Eu sou raiz, filha desse chão Resisto a qualquer opressão!