Em suas veias As chagas da história A dor na memória desforrada nas gerais O sangue que escorre do vil metal Nasceu a senzala no meu quintal Adorna o altar, colar de sinhá E a nega quer usar no carnaval Brilha na beira do mar Lá vem ela Samba pra quem duvidar Sentinela Quem foi a princesa nagô Guarda os segredos da cor Nesse pescoço louçã amor Forja em arte seu amanhã Vence as dores do cativeiro Deusa de ébano és! A colônia a seus pés "Mucama" é a dona do terreiro Baiana, mãe do samba Traz suas contas de fé E nesse palco iluminado Dá voz aos renegados Eterniza seu axé! Ilu ayê Negra d'ouro Eparrei! Tem a força de oya Ela é crioula! Joia rara de oxalá (Ela é crioula! Joia rara de oxalá) Boêmios pediu a Oxum Para avenida enfeitar Traz a coroa pra batizar (Ela é crioula! Joia rara de oxalá)