A cidade contra o crime Zing crash pow bang pum Onda de violência Se abate sobre as cidades Todo mundo rouba todo mundo Ninguém sabe mais quem é ladrão Ou quem é polícia Cada vez pior o dia a dia Estava dando uns bordejos pelaí Quando de repente a figura apareceu E dentre tantos me escolheu Mas o barulho da cidade está Tão grande Que eu não pude nem ouvir Quando o pinta me rendeu Não se move aí, Ô meu Mas que pinóia, eu, o rei da paranóia Que não largo a minha bóia Mesmo quando estou a pé Como é que eu dou esse azarão Eu faço parte desse medo coletivo Já não sei nem se confio na polícia ou no ladrão (A barra não tá mole não, ladrão já tem que andar Com plaqueta de identificação A dita anda dura mesmo com a abertura) O cara disse Fica quieto, vai tirando toda a roupa De conforme o que está no meu direito E eu só via um defeito A que eu vestia estava todo esburacada Remendada, esfarrapada, bem puída no maltrato Vou tentar fazer um trato Pensei depressa adonde estava aquela quina Que sobrou do meu trocado que hoje Chamam de salário trabalhador tu é otário E foi aí que eu notei que o pivete Tremia muito mais que eu tava, pela bola sete Olhei melhor pro salafrário Notei que a arma que o fulano segurava Era meio que chegada a um cheiro de sabão Na rapidez meti a mão O trinta e oito se partiu em zil pedaços E o coitado do palhaço ficou meio em ação Aproveitei a confusão Mandei que ele desvestisse a roupinha Tá mais limpa que a minha inclusive a santinha Não esquece a sunguinha, hein, ô Ele chorava de bobeira me mostrando a carteira Que continha a exploração de seu patrão Me livra dessa meu irmão que eu não tive opção A galinha comeu pipoca em cima da minha solução Tá caro tudo no meu lado já não sei o que é feijão Mas acontece meu amigo que eu também tô a neném A concorrência oficial não tá deixando pra'rá ninguém