Tem sempre algo a mais Que não cabe Que empesteia o ar Dessa cidade Com gosto de podre, de morte, de pó E eu te encontrei na escuridão Eles estão por todo lado Por entre as frestas, nos buracos Eles estão em toda parte E agora é tarde, agora é tarde Enquanto marimbondos de metal Perfuram o céu da sua boca O silêncio dói, inflama Te deixa oco Te deixa só Te deixa só Insecta, em festa Infecta, infesta Que ‘cê vai fazer Quando um belo dia despertar? E quem sabe, então, vai perceber Que vendeu tua alma tão barata? Que ‘cê vai fazer Quando um belo dia despertar? E quem sabe, então, vai perceber Que já não te sobrou nada?